segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Eu odeio o quão volúvel eu sou.
Te amo; te odeio; vá pro inferno; fique comigo; viajarei; nnnca sairei de casa.
Esse descompasso que domina meu ser não é só irritante: é auto-destrutivo. Mudo de opnião mais vezes do que mudo de roupa, e fora a posição política - extrema esquerda forever - nada em mim foi constante.
Ontem eu era à você indiferente, hoje choro suas dores, renegando as minhas.
Ó, ceús, quando isso irá parar?

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Balas.

Um nó se formou na minha garganta.
"Embora?"
Aquilo não era justo. E os meus planos para nós dois? Mesmo que seu conhecimento sobre tais planos fosse inexistente, tudo, na minha pequena cabeça adolescente, parecia perfeito: eu lhe encontraria naquela festa, teriamos algum tipo de conversa interessante e você me beijaria. Manteriamos o contato até a próxima, quando, novamente, você diria lindas coisas para mim entre uma e outra trapaça política.
Boatos diziam que você ainda estava naquela festa, e te procurei por todos os lados. Ao não te achar, sentei no chão e chorei desesperadamente.
Quando o choro passou, a raiva veio. E com a raiva, a vontade.
Peguei, decidida a minha bolsa e sai do clube empoeirado onde a festa se realizava. Atravessei a rua sem olhar para os lados, ouvindo dois ou três quartetos de pneus cantando. Ao chegar na mercearia simples e gordurosa - onde um cantor qualquer de forró berrava nos autofalantes - olhei, com os olhos brilhando, para o remédio da minha raiva, aquilo que sempre me confortava e me deixava melhor em momentos como aquele.
"Meia dúzia destas, por favor."
Alguns gostam de vodca. Outros, de sexo. E eu, de balas.

{E eu até hoje rebato teus tweets sobre política cheios de concepções idiotas e direitas com tanto, mas tanto gosto que eles viraram meu caramelo de maçã verde.}

terça-feira, 5 de outubro de 2010

You know I love you

Sentei-me no sofá preto e macio da biblioteca ao seu lado, roubando-lhe um fone de ouvido. Uma música dos Beatles saia pelos fones de ouvido, e aquilo bastou para que eu me relaxasse.
Anos de amizade, de um amor escondido, amor mútuo e puro.
Mas porquê, então?
A sua namorada - um desvio momentâneo, uma distração, algo que sei que não responde e nunca responderá a minha ultima pergunta - sentou-se do seu lado, lhe fez um punhado de perguntas estúpidas e cheias de mel, e, desistindo de captar sua atenção, saiu em retirada.
"Love, love me do
You know I love you
I´ll always be true
So please, love me do
Oh, love me do"
Trocamos um tímido olhar; olhar este que durou poucos segundos, porém captou todos os anos de sentimentos reprimidos. Ficar juntos, não tão simples: porque estragar aquela quase irmandade em nome de uma paixão que, devido ao meu gênio e sua falta de paciência, jamais daria certo.
Engoli as lágrimas.
Me beija.
Bati as unhas na mesa, no ritmo da músíca.
Me beija.
E, finalmente lhe perguntei: "É difícil tocar baixo?"
E esta questão, tão simples questão, deixou claro. Não poderiamos ser salvos.
Love, love me do
You know I love you
I´ll always be true
So please, love me do
Oh, love me do

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Considerações sobre o amor.

O celular da minha prima vibra. Ela o atende e, depois de um 'anhã', desliga e anuncia "Kiddo? Seu pai chegou."

O desespero bateu no fundo do meu estômago, como mil borboletas voando nele de uma só vez.
A ânsia de vômito subiu, mas em cerca de dois segundos consegui voltar a ponderar. Oh, man, eu estava tão fodida! Porque:

a) Eu estava bêbada. Meu pai simplesmente me mataria se percebesse as duas pingas, três tequilas e duas doses de rum que eu havia tomado e
b) Eu não tinha pegado ninguém. 

O item 'b' constituia um enorme problema por um simples fato: uma aposta. Parecera-me bem razoável a aposta que eu fizera com minhas amigas: na balada de hoje - a minha primeira festa, de fato - eu daria o meu primeiro beijo. Caso contrário, eu pagaria uma quantia - absurda para qualquer uma de nós - as minhas amigas. 

E, merda, pagar aquela aposta parecia bem real agora.

Mas eu não queria. Na verdade, eu simplesmente não podia. Os dois foras que eu dera aquela noite me pareceram bem despropositados. Idiota. Idiota. Idiota!

"Pelo amor de deus." Virei, desesperada, para o ficante da minha amiga "Me arruma um amigo seu. Qualquer um!" O rapaz pareceu surpreso: "Qualquer um?" Balancei a cabeça em afirmativo e ele foi em direção a uma roda de garotos. Cinco segundos depois, voltou, me puxando pelo pulso.

Fui parar nos braços de um garoto qualquer, de quem não perguntei nome nem lembro o rosto, e apenas me deu de lembrança duas marcas roxas sobre os lábios que gastaram muita maquiagem para serem cobertas.

Não posso dizer que me arrependo: se não houvesse acontecido naquele momento, eu teria ultrapassado a marca dos quinze sem nem ao menos um beijo dar. Minhas paixões são avassaladoras, impossíveis, curtas e nada memoráveis. Pois não há o que lembrar.

E apenas sigo na procura por um grande amor. Ou uma boa receita de marshmellow. O que vier primeiro.

{E o jeito com que você me ignora é tão bonito, mas tão bonito, que a cada dia meu lado masoquista te ama mais.}
{I'm the only sour cherry in the fruit stand, rigth?}
{E nunca houveram consequências pela bebedeira}

domingo, 3 de outubro de 2010


"Escrevi-as para mim, e não para os outros; contentar-me-ei, se agradarem; e se não...  é sempre certo que tive o prazer de as ter composto"
- Gonçalves Dias
"“Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?”
- Fernando Pessoa
"Eu estava excitado por ir para a prisão pela primeira vez para aprender algum diálogo legal."
- Tarantino

Sempre gostei de escrever. Desde antes de ao mesmo saber como faze-lo, admirava meus pais enquanto digitavam qualquer coisas naqueles computadores gigantes de anos atrás. Escrever para mim é um vício, vício do qual tive limitadas crises de abstinência devido ao fato de raramente dele abrir mão. Já possui milhares de diários, milhares de blogs e até hoje, todos os meus cadernos da escola possuem um poema, início de livro ou conto por página, que rivalizam -e ganham de lavada - das minhas anotações acadêmicas: nunca foi uma competição justa, e lhe digo porque:

As pessoas possuem, de uma forma ou de outra, um Deus. Sou ateía desde sempre, pois a ideia de um Deus pessoal que se preocupa se sou uma boa menina e criou o mundo com toda sua maravilhosidade simplesmente não me agrada ou me convence. O meu Deus é a escrita: as palavras que tanto encantam, emocionam, inspiram e movem montanhas.

E não se compete com o Deus dos outros.

Ainda mais se logaritmos forem os rivais.